O Novembro Azul é um movimento mundial que tem como propósito conscientizar os homens para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata, tumor maligno que se origina em uma glândula localizada entre a bexiga urinária e a parte final do intestino (reto). A próstata, que apenas está presente no homem, é responsável pela produção de um líquido, chamado de fluido seminal, cuja finalidade crucial é ajudar os espermatozoides a percorrer o seu trajeto durante o processo de reprodução humana. Todos os anos, aproximadamente 60 mil novos homens descobrem esse câncer e no Rio Grande do Sul, quase 10 mil novos homens vão ser diagnosticados com essa doença. Desta forma o alerta para prevenção é fundamental.

Apesar de o risco para a doença aumentar significativamente após os 50 anos, cerca de 40% dos casos são diagnosticados em homens abaixo desta idade. Entretanto, a doença é rara antes dos 40 anos. Ter PSA (exame sanguíneo para rastreamento do câncer de próstata) baixo não é sinal de que o paciente não terá câncer de próstata. Estima-se que o câncer de próstata está presente em 15% dos homens com níveis normais de PSA, por isso, a importância do toque retal. Outro avanço tecnológico que melhorou o diagnóstico de câncer de próstata é a ressonância magnética multiparamétrica da próstata, que permite avaliar com muitos detalhes todas as características do tecido prostático. O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo conta com esse aparelho de imagem, de última geração.

Conforme a médica radiologista do HSVP, Dra. Gabriela Ambrós, na atualidade, o principal método de imagem capaz de suspeitar e identificar neoplasias da próstata é a Ressonância Magnética, em especial os aparelhos de 3 Tesla. Quando se realiza o exame com intuito de avaliar a próstata, pode auxiliar na identificação da neoplasia, especialmente nos pacientes que apresentam alterações no exame físico e em exames de laboratório. “Entre os principais benefícios desta técnica podemos destacar a possibilidade da ressonância de gerar imagens de alta resolução da glândula associadas à algumas técnicas de imagem que estudam o comportamento do tecido prostático, permitindo mapear áreas com características suspeitas para neoplasia prostática”, pontua Gabriela. Ela explica que, após a aquisição das imagens, o radiologista que realiza leitura do exame emite um relatório descritivo e classifica os achados de imagem de acordo com uma normatização internacional, semelhante à utilizada para rastreio de lesões mamárias em exames de mamografia e ultrassom, o que auxilia a orientação terapêutica para o urologista.

A especialista afirma que o exame é indicado para pacientes com suspeita clínica de neoplasia da próstata, porém, com exame de biópsia negativo para neoplasia. Também se indica para pacientes com tumores pouco agressivos que estejam realizando controle clínico, chamado de Vigilância Ativa, para estadiamento de pacientes com diagnóstico estabelecido de câncer de próstata. Em alguns centros já é utilizada como método inicial de diagnóstico para pacientes com suspeita clínica de neoplasia. “O exame é importante por ser um método não invasivo, quando realizado em aparelho de 3Tesla, e que aumenta em duas vezes as chances de se diagnosticar o câncer de próstata em suas formas mais agressivas, se comparado à biópsia isolada da próstata. O que permite também auxiliar a conduta terapêutica, considerando que, existem várias formas de câncer de próstata e que podem ser tratadas de acordo com suas características de agressividade”.

O exame de Ressonância Magnética multiparamétrica da próstata só deve ser feito quando solicitado pelo urologista, que é capaz de determinar se o paciente irá se beneficiar do método ou não. “Uma vez realizada a ressonância e com base no seu resultado, o urologista irá avaliar a necessidade ou não de dar continuidade à investigação por meio de biópsia. Se houver a necessidade de biópsia, a mesma deve ser feita idealmente através da fusão das imagens da ressonância com as imagens da ultrassonografia transretal realizada durante o procedimento”, esclarece Gabriela, reiterando ainda que, este exame não substitui o toque retal e PSA. “O papel da ressonância no rastreamento tumoral é o de identificar nos pacientes com suspeita clínica baseada em alteração do PSA e/ou do toque retal, as áreas de maior suspeita para tumores clinicamente significantes. A ressonância magnética multiparamétrica da próstata não substitui o exame clínico urológico e toque retal, mas aumenta as chances de detecção de pequenas neoplasias auxiliando no tratamento das lesões”, evidencia a radiologista.

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