O exame é realizado em aparelhos de alto campo (1.5 T ou 3.0 T), com bobina de superfície na pelve para maximizar o sinal na região de interesse. O uso de bobina endorretal é fonte de discussões, com a maioria das instituições relegando seu uso, atualmente, apenas para propósitos de estadiamento, de acordo com um consenso recente(9). Considerando que o sangramento é um fator de confusão potencial para o erro diagnóstico do CaP, devido a degradação das imagens por espectroscopia e degradação do sinal das imagens pesadas em difusão, é recomendado um intervalo de 6-8 semanas entre a biópsia e o exame de RM(10). Os pacientes devem abster-se de atividades sexuais por 72 horas antes do exame, de modo a distender as vesículas seminais e melhorar a sua visualização. É recomendado um mínimo de 4 horas de jejum, e os pacientes são orientados a esvaziar a bexiga 1 hora antes do exame. Além disso, é administrada escopolamina (Buscopan®) imediatamente antes do exame, para reduzir a peristalse e minimizar os artefatos de movimento.

Como método de imagem, a RM permite a avaliação de doença prostática com resolução espacial e de contraste superior a qualquer outra modalidade. Consequentemente, a RM tem se tornado uma modalidade poderosa na localização e estadiamento do CaP, com performance muito superior ao exame digital retal ou à ultrassonografia transretal (USTR)(11). Avanços recentes combinam técnicas funcionais com as sequências anatômicas já estabelecidas baseadas em imagens pesadas em T1 e T2, resultando num protocolo de sequências multiparamétricas.

As imagens pesadas em T2 constituem a espinha dorsal da imagem prostática, provendo detalhes anatômicos e mostrando lesões suspeitas com alta resolução espacial. Dentre as sequências funcionais, as imagens pesadas em difusão (DWI)(12), a avaliação do realce dinâmico pelo contraste (DCE – dynamic contrast enhancement, ou estudos de permeabilidade)(13) e a avaliação por espectroscopia de prótons(14) são parte dos estudos clínicos rotineiros e serão explicadas neste artigo.

Quais as vantagens da realização da ressonância magnética da próstata?

  1. Nem todo nódulo palpável é câncer e nem todo aumento do PSA ocorre por câncer! Portanto, a Ressonância Magnética da Próstata pode ser utilizada para verificar se realmente há alguma área suspeita para câncer na próstata que mereça realmente ser biopsiada;
  2. Quando há a suspeita de câncer de próstata deve-se realizar a biópsia. Entretanto, a biópsia geralmente é realizada “às cegas”, ou seja, é colhido material aleatório de 12 agulhadas que é capaz de avaliar apenas uma pequena amostra da próstata. Dessa maneira, há um risco razoável de haver câncer na próstata e não ser detectado pois a biópsia não atingiu o local do câncer. A Ressonância Magnética da Próstata tem importante papel em detectar o local onde pode estar o câncer para que a biópsia seja feita no lugar suspeito, diminuindo a necessidade de biópsias repetidas e evitando que a biópsia seja feita em pacientes que não apresentam área suspeita para câncer.
  3. Não basta saber que um câncer está presente na próstata! Precisamos saber qual seu tamanho, onde ele está, se cresce para fora da próstata, se invade outros órgãos e sem tem metástases para os linfonodos (gânglios).  Essa é outra grande vantagem de se realizar a Ressonância Magnética Multiparamétrica da Próstata, pois, através das imagens geradas, conseguimos dar todas essas informações que serão de extrema importância no planejamento do tratamento.

Quando a ressonância magnética da próstata pode ser realizada?

  • Como explicado anteriormente, recomendamos que a Ressonância Magnética Multiparamétrica da Próstata seja realizada sempre que houver a suspeita de câncer de próstata, seja através do aumento do PSA, seja através de alguma alteração percebida pelo médico durante o toque retal. Também é recomendada a realização da ressonância magnética quando já houver o diagnóstico de câncer para poder planejar o melhor tratamento para cada caso.

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